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09 abril, 2011

" Não sou mais que uma sobrevivente. Lutei para escapar daquilo que, para mim, é o pesadelo. Toda a minha vida foi vivida com medo, com o sentimento de desordem a atormentar-me, e hoje que consegui sobreviver sei que estou suja, desgastada e cansada tal e qual como me sentia antes. Pouco mudou, ou seja. Sei que agora sou livre, mas tenho os valores da minha infância. Sofri muito e já não pretendo sofrer mais. Aliás já não pretendo sofrer mais. Pus um ponto final naquilo que parecia inacabável, derrubei muitas barreiras e destruí muitos caminhos á procura de uma vida, porque era só isso que eu queria, uma vida normal. Nunca sonhei com dinheiro, fama, reconhecimento, respeito sempre, e toda a minha infância sonhava com a liberdade de ter uma vida normal, algo que a maior parte das pessoas tem. Nunca desisti, jamais cruzei os braços e nunca mas nunca me passou pela cabeça mostrar fraqueza. Sabia o que queria e por isso mesmo caminhei até ao que agora tenho. E que nunca irei largar. Agora sim tenho o reconhecimento e o respeito por ter conseguido o que queria,  não era um capricho. Sou uma heroína sem as pessoas saberem. Sobrevivi com as minhas próprias mãos, tanto como agora viverei por minha conta, pois não devo nada a ninguém, visto que ninguém me ajudou. Foi uma dor sentida, que por momento pensei incurável porém agora esquecida e enterrada. Dor essa que durou muito, fez muitas feridas, destruiu muitos sonhos de criança e acabou com expectativas. Foi uma dor verdadeira. Que já ultrapassei com a minha vontade, sem ajuda dos demais e claro, com desconhecimento de técnicas especificas para enterrar o passado, que agora é pouco nítido, mas o futuro é relevante e claro como cristal. Foi uma lição de vida, a qual agradeço a seja quem for que esteja para além de nós mas que desconheço, pois nunca fui muito de acreditar nisso, mas tenho fé portanto é meu dever agradecer. E para o futuro caminharei, com ou sem dinheiro, que me é indefirente, com muito ou pouco respeito, idem, sozinha ou acompanhada por quem me quer bem, mas sempre, sempre com a cabeça levantada, tronco direito e o mais importante de tudo, com liberdade."

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